sábado, 30 de janeiro de 2010

HQs subestimadas

    Hoje é dia do quadrinho nacional. Aproveito essa data pra falar um pouco da importância da HQ e de como essa arte é muito subestimada. O universo das histórias em quadrinho é muito amplo, nele já foram criadas os mais diversos tipos de histórias, com os mais variados personagens. Muita gente ve o gibi como coisa de criança, mas isso é um total equívoco. Existem desde as histórias para o público infantil, que acabam por ser a maioria e as de maior divulgação e publicação - principalmente no Brasil - até quadrinhos que abordam os temas mais sérios e adultos.
     As HQs podem ser educativas, críticas, políticas, de tramas complexas, sanguinárias ou controversas. Já foi desenhado e escrito todo tipo que se pode imaginar, ainda mais se pegarmos as histórias underground. Peguemos artistas como Robert Crumb e Art Spiegelman. Eles fazem um trabalho realmente artistico, de intensa profundidade, em que há um olhar critico e uma expressão expontânea do artista em sua obra. É um uso fora do convencional da HQ, e diria que uma das melhores formas de utilizá-la. Por outro lado, temos os mais tradicionais e divulgados, como os de super herói. As duas grandes empresas de quadrinho norte-americanas Marvel e DC dominam o mercado, e devido a sua tradição, tem uma imensa importância na cultura pop. Mantém até hoje gibis dos anos 40, como do Batman, Homem Aranha e Superman, personagens que se tornaram ícones pop, uma vez difundidos nas mais diversas mídias, e são mundialmente conhecidos até pelo cara mais leigo em HQ.E eles surgiram dos quadrinhos.
    Essas gigantes editoras, se adaptando ao mercado e à ampliação do público, foram obrigadas a sair do convencional e criaram selos  para a publicação de outros tipos de histórias, como o selo Vertigo, que publica títulos como Hellblazer John Constantine e Sandman. São histórias para adultos com personagens muitas vezes de moral  distorcida e sem o politicamente correto bem vence mal dos super heróis. Até mesmo as histórias de super heróis já perderam essa característica, se tornando cada vez mais complexas e menos bobas e infantis como de início. Heróis com crises existenciais e/ou que matam gente não faltam hoje.
    As histórias em quadrinhos são e já foram usadas para as mais diversas empreitadas, como representar um fato histórico, ilustrar uma época por exemplo. Revoluções e independências já foram colcadas nos quadros sequenciais!
   Bom, não faltam exemplos do uso da ferramenta HQ e eu poderia ficar o dia todo aqui citando mais e mais, mas acho que já mostrei bem o que quero dizer. A nona arte pode ser usada para milhares de fins, sua produção é barata e sua leitura muuuito longe de exaustiva. É um meio de comunicação importante e significativo que não deve ser desprezado. E hoje com a internet o acesso aos mais distintos materiais está cada vez mais fácil. Qual o seu interesse? Pesquise, pois pode ter uma HQ abrangendo exatamente o assunto que você curte! Um feliz dia da HQ nacional para todos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

a beleza do show de rock

       Cada pessoa tem sua maneira de ver o mundo. Cada um de nós tem uma visão política, uma doutrina ética, uma religião, gostos distintos pelas mais diferentes coisas e uma maneira própria de levar a vida e lidar com trabalho, família, relacionamentos amorosos, etc. E são essas milhares de diferenças entre nós que muitas vezes nos separam, impedindo uma união de todos em prol de um suposto bem maior. E quanto mais a população mundial cresce, mais os conflitos nas mais variadas escalas se agravam. Países se fragmentam em países menores, povos disputam com outros povos e alcançar a paz mundial parece ainda mais remoto do que antigamente. O fato é que a paz não existe porque existe um jogo e choque de interesses, tanto mundialmente quanto na menor escala imaginável.
       Poderia discutir aqui esses conflitos que muitos estão careca de saber e até discorrer sobre como a potência norte-americana se aproveita deles para dominar as regiões com seus soldados, na tentativa de expandir seu imperialismo, e não de ajudar. Afinal, por que eles iam querer a paz mundial se a guerra é muito mais lucrativa financeiramente? (Risos) É, mas a função desse post não é analisar/criticar a política mundial, apesar de eu já ter me aproveitado pra dar uma espetada! 
       A verdade é que são raros os momentos em que temos uma união conjunta de todo uma multidão de pessoas de distintas visões de mundo e classes sociais em torno de um único motivo, uma causa. É raro esse momento, um momento em que as diferenças não importam mais  e os preconceitos são deixados de lado, porque todos estão ali pela mesma razão.
       
       Um exemplo de momento igual a esse é o show de rock. É aí que está a beleza do show de rock. Nele todos estão lá pela banda, todos, independente de raça ou religião, são fãs da banda e curtem rock n' roll! Estão lá para ouvir e ver os artistas que tanto gostam e curtir o show juntos, pois têm esse gosto em comum. E é lindo isso. O poder que o rock e a música em geral têm de criar uma identidade entre as mais diferentes pessoas, de uni-las e de quebrar as fronteiras construidas pela vida e a sociedade é impressionante, parecendo trazer um momento de esperança em uma sociedade tão afastada entre si. Durante uma, duas horas, essas fronteiras são esquecidas, se dissolvem e deixam de existir. E o mais incrível é que a maioria das pessoas não percebe. 
         Me alegra saber que existem ainda meios de reunir as pessoas em torno de uma paixão em comum, fazendo com que se esqueçam as diferenças e os conflitos cessem. Mas ainda é desilusório saber que a tendência hoje é outra, é o isolamento. As pessoas estão se separando uma das outras e essa desagregação, cada vez maior, em pequena escala só se reflete nas guerras em grande escala. O mundo está desunido, isso só abre espaço para mais caos e injustiça, nos colocando cada vez mais longe de qualquer utopia. Essa é a realidade e só depende de nós mudá-la, começando por tentar se aproximar mais daqueles à nossa volta e quebrar nosos preconceitos pessoais. Mais que nunca, precisamos fazer um esforço e sermos mais solidários. Não é tão dificil quanto parece e pode fazer toda a diferença no mundo. Você pode.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

a valorização do "ter"

       
       Hoje em dia se vê nas propagandas uma constante associação de um produto a um estilo de vida, uma forma de expressão, uma personalidade e atitude. Essa estratégia usada para atingir e persuadir o público é um reflexo da importância que a possessão de bens tem na atualidade. O consumismo advém da idéia do individuo precisar ter para se tornar completo, para obter aprovação do grupo - para ser feliz.
       Esse conceito, integrante da mentalidade da maioria de nós hoje, que nos julgamos e julgamos aos outros com base nas posses materiais move todo um sistema baseado no consumo. Essa necessidade de se ter é que gira a grande roda capitalista. Os mais diversos produtos surgem porque existem consumidores para eles e porque existe gente criando, ampliando e comprando empresas e negócios com o fim de lucrar cada vez mais, para poder ter cada vez mais. É obvio que precisamos comprar para viver, mas nós realmente precisamos ter tudo que temos ou almejamos ter? Não seria possivel viver com um número muuuito menor de bens? E, a questão mais importante, não seria errado e estúpido julgar e ser julgado pelo que se tem?

       O mais peculiar é que, além de todos quererem cada vez mais ter e ter, cada vez mais, todas as pessoas querem ter a mesma as mesmas coisas. O desejo da maioria acaba direcionado para determinados commodities. Istoé, todo mundo quer a mesma coisa. Pode ser um item especifico ou uma marca. E, na maioria das vezes, o que é desejado não é necessidade e não vai mudar a vida da pessoa de nenhuma forma efetiva ou crucial. Se pararmos para pensar, a cada dia acumulamos mais e mais lixo em nossas casas que, de inicio eram a última moda, e agora não servem pra mais absolutamente nada. Não precisávamos daquilo, compramos para atender um desejo, atendido o desejo a coisa se torna obsoleta.


        Quem ganha com isso são os fabricantes, produtores dos produtos, que lucram cada vez mais, enriquecendo às custas de consumidores que economizam até o último centavo de seu salário para comprar o que almeja. E quanto mais uma marca lucra e cresce, menor a concorrência e menor a necessidade da empresa de aprimorar seus produtos e dar uma boa qualidade de vida a seus trabalhadores, uma vez que essa marca acaba por comprar as outras - menores. Estagnando cada vez mais o mundo e a sociedade e aumentando as desigualdades. Em consequência disso, crescem problemas como o desemprego, a pobreza e a desigualdade social em todas as escalas.

        Entretanto, os grandes fabricantes, também prisioneiros dessa mentalidade consumista, só pensam em ganhar mais e mais capital, aumentando seu monopólio e usando da propaganda não simplesmente para falar bem de seus produtos, mas para reforçar essa mentalidade do desejo e da necessidade do desnecessário, do ter como indicador de quem você é. E é essa abordagem que vemos todo dia nas mais diferentes mídias que não nos deixa mudar essa mentalidade e perceber a pouca importância que um excesso ou tipo/marca especificos de bens materiais têm perto de tantas outras coisas na vida.
       É fato que essa forma materialista de se pensar já está mais do que incrustrada em nossas mentes, ainda mais por ser reforçada todo dia pelos meios de comunicação. Porém, precisamos parar um minuto e pensar sobre os efeitos de um estilo de vida baseado no "ter" para todo o mundo e, em consequência, para você, e tentar consumir menos. É só refletir no que realmente é importante na vida, o que é essencial e o que é de realmente grande valor, principalmente a longo prazo. Estamos cada vez mais imediatistas e materialistas. É hora de valorizar  o que realmente importa, aquilo que não é descartável e substituivel como os pertences. Troque o material pelo o humano.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

o rock e a música nos 00


       Bom, decidi fazer um post sobre música. Mais precisamente sobre rock, o melhor e mais amplo e diverso tipo de música que há! Desde o seu surgimento a partir do blues nos anos 50 nos EUA, o rock evoluiu ese construiu e dividiu nas mais diversas formas, sendo reciclado e repensado sempre, o que gerou as muitas vertentes que temos hoje. Cada década do século XX teve seus estilos musicais mais marcantes, que rotularam de certa forma suas respectivas décadas. Terminado o século XX, chegamos ao século XXI (é, o mundo não acabou e não vejo nenhum carro voador) e, exatamente neste momento, já se vive o começo dos anos 10. Uma década inteira do novo século se foi e uma das perguntas que ficam é: O que os anos 00 trouxeram de novo à música ou Quais os estilos que marcaram a década?
      Essa é uma questão delicada, mas pode se resumir numa simples resposta: Não trouxe muito de novo não.
      Tivemos bandas de Rock Alternativo. Rock Alternativo esse que foi o mais próximo do rock que as "novidades" dos anos 00 puderam trazer. Um rock nada pesado, simples e sem grandes inovações. Não que o som não fosse bom, gostoso de ouvir, mas não foi nada que ninguém nunca tenha feito antes, mesmo que em outro contexto. O que foi uma decepção, uma vez que os roqueiros poderiam abusar das belezinhas produzidas no passado, se apegar a referências e a partir delas trazer algo novo. Há muito material desse século que se foi para ser trabalhado e repensado. Mas não, todas essas bandas soaram muito parecidas umas com as outras, tocando algo simples e já obsoleto, já arcaico.
     Na música pop,  essa década começou com a adoração da garotada às supostas bandas Emo, suposta vertente do rock. Músicas deprimentes, misturando Pop Rock, Baladas Românticas e um pouco de hardcore. Esse Emo que tanto fez sucesso não foi o Hardcore emotivo préexistente, mas muitooo pior, sendo uma versão mais pop, mais superficial e, ao desenrolar de sua popularidade, mais batida! A febre foi tanta que chegamos a ter bandas emo no Brasil! Destacam-se ainda as melosas músicas, a black music que raramentre questiona alguma coisa, com minas muito gatas e "rappers" com cara de mal sem nada em comum cantando juntos, seguidores da fórmula Britney Spears, bandas que eram de rock cada vez mais pop... Nada musicalmente relevante. 

        Em meio a essa mesmice, houve certas experimentações, um caso ou outro de tentativa de buscar o novo em cima de influências diferenciadas. Como o White Stripes, a dupla com músicas que bebiam tanto do blues quanto do punk. O Mars Volta...influenciados por jazz, progressivo, punk, com músicas de durações muuuito variadas. Entre outras, raras excessões em meio a mesmice musical da década..
                 É, essa década foi fraca. Se criou e recriou tanto no século XX, mas, por alguma razão a geração XXI parece querer parar no tempo. Mas é claro que existem muitas bandas da atualidade escondidas por trás da divulgação midiática, meu conselho é ir atrás das excessões, ir atrás do underground, deve ter muita coisa louca por aí...e, claro, pra quem estiver disposto, levantar a bunda da cadeira e ir fazer música. Se quem está aí não quer inovar, vamos nós lá tentar reinventar a música! Vale a pena tentar...imagine ser o próximo Ícone do Rock! Uma boa, hein? rss
     

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

o começo do fim da passividade do consumidor

     De uns tempos pra cá, apenas ver TV, ouvir rádio ou ler jornais perdeu a graça. Simplesmente observar estaticamente e absorver conteúdo não é mais suficiente para nós, cidadãos da pós-modernidade! Com o desenfreado desenvolvimento da tecnologia e o crescimento constante da facilidade de se obter informação, a relação entre consumidores e a indústria de entretenimento vem mudando de forma. A interação entre mídias e pessoas só tem ganhado espaço, uma vez em que há a possibilidade de se divulgar filmes caseiros e outras criações amadoras de quem tem pouca grana. Os meios de comunicação deixam de ser controlados pelas grandes empresas, trazendo à tona obras de "pessoas comuns" a grande público.
     Essa falta de controle dos consumidores agora criadores aflige grande parte das grandes empresas, já que seu poder de provedora do entretenimento é limitado por esses novos provedores, que podem ser qualquer um com um computador e uma câmera de celular na mão. Por isso, muitas empresas acabam por tomar medidas proibicionistas, limitando e restringindo a liberdade dos indivíduos quanto à produção de determinados materiais.
       Por outro lado, outras empresas vêm apoiando essa liberdade, buscando usar do que produz o consumidor para divulgar as suas respectivas marcas. Estratégia bastante inteligente, apesar de complexa.  Conseguir ter sua marca divulgada e chamar a atenção dos que consomem em meio o turbilhão de informações que vivemos hoje é uma árdua tarefa.  Usar dos produtores amadores de informação para tanto é uma boa sacada, mas também de difícil execução.
      O fato é que é interessante como essa nova dinâmica gradativamente quebra em parte com a alienação dos antes meros expectadores. A expressão de opinião, diferentes pontos de vista, discussões e o acesso a diversas formas alternativas de arte é algo revolucionário, no momento que amplia a cabeça das pessoas para uma gama muito maior de conhecimento a cerca do mundo em que vivemos.
       Resta a nós começar a participar, contribuindo com nossas próprias formas de expressão, ajudando na reversão do cenário antes vigente. Vamos lá, todos podem mostrar o que tiverem a mostrar pro mundo!