domingo, 21 de março de 2010

Ciclos e mais ciclos

      Eu acredito que tudo é cíclico. Nada é linear, nada é uma constante evolução. Tudo consiste na eterna ida e volta, subida e descida, o eterno retorno. A vida, o mundo, o universo, a natureza, a sociedade consistem em ciclos formados por ciclos menores, que, por sua vez, são formados por ciclos ainda menores... e assim por diante. Sim, as coisas mudam e se transformam, mas tudo em cima de uma base ciclica, uma lógica de ascenção e queda. Há uma quantidade imensa de exemplos a serem dados para comprovar minha tese, inclusive teorias ciclicas de teóricos, pesquisadores, estudiosos e filósofos nos mais diferentes campos.
      Observando a história, conseguimos enxergar os ciclos nas mais distintas escalas. Da racionalidade grega e romana fomos para o misticismo medieval, e acabamos por nos tornar à racionalidade novamente, quando se inicia a Idade Moderna. Lógico que a certeza da volta ao misticismo é nula, vista a enorme escala com que estamos lidando.  Peguemos agora um exemplo de algo menor, que lida com períodos de em torno de 50 anos: os ciclos de Nikolai Kondratiev. Um ciclo de Kondratiev tem um período de duração determinada, que corresponde aproximadamente ao retorno de um mesmo fenômeno. Apresenta duas fases distintas: uma fase ascendente e uma descendente. Eles se aplicam à economia mundial e já foram comprovados como válidos na prática, vide todos os apogeus e crises imensos que já vivemos no último século. E, diminuindo ainda mais a escala, podemos ver essa lógica na carreira de uma pessoa. Toda carreira tem seus altos e baixos, assim como os relacionamentos e tudo que envolve a vida de cada um. Não há excessão a essa regra. Claro que os ciclos, como tudo nesse mundo, podem ser extremamente inconstantes e irregulares, havendo a possibilidade de longos períodos de estabilidade, assim como de queda e ascenção de uma constância totalmente bizarra. 
        O fato é que, por mais que se acredite que tudo é cíclico, é impossivel compreender tudo usando essa lógica. Rotular, controlar, entender tudo é impossivel, cada vez mais. Um mundo cada vez mais populoso e fragmentado como o que vivemos consiste na cada vez maior inconstância e, com isso, dificuldade de análise. Eu acredito no cíclico, mas acredito que essa visão não nos permite entender todos os processos que englobam a realidade, nenhuma lógica permite. Requer tempo, conhecimento, diferente ângulos de observação e vários leveis de reflexão para poder se chegar o mais próximo possivel de saber para onde o mundo está indo. Porém, a lógica do cíclico está aí, e é uma das bases da dinâmica do real, sendo de extrema relevância para uma, mesmo que minima, compreensão do mundo e a vida. O linear não existe.

3 comentários:

  1. João gostei, porém isso não desabomina a tua tese, sempre permanente nos teus textos, que a juventude principalmente, pode produzir avanços.Vc tem razão esses avanços tem seus limites, como tudo na vida e na natureza.Um desdobramento de terra forma uma montanha; essa por sua vez vai se lixando pela ação dos vento e através de séculos se torna um planalto,Se voltassemos , daqui um l mihão de anos, não reconheceriamos a paisagem.Tudo é um mistério , pq, se assim não fosse e pudessemos decidir nossas vidas em todos os aspectos, não haveria nenhuma beleza e sedução de viver!

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  2. Concordo. Nunca quis dizer que o avanço inexiste. Existem quebras de ciclos para formação de novos, e nessas quebras o avanço, o retrocesso ou qualquer outro tipo de mudança ocorrem. Claro q avanço e retrocesso são mto relativos, depende mto dos aspectos avaliados...

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  3. João gostei do visual, A Marilyn Monrõe uma pop-star dos anos 50.Concordo com tudo, o que vc. escreve mas está faltando um pouquinho de embasamento, coisa, que a leitura vai lhe dar.Hoje 2º feira tem um belo depoimento que bate em cheio nas tuas interrogações de pobreza e favelas do"diretor-geral da Aliança das cidades"Willian Cobbett, muito rico em conhecimentos desse assunto que lhe aflige. Recomendo tb. a matéria de Pondé e a observação que ele faz sobre os seus alunos(dele) que querem revolucinar o mundo e não gostam de ler. OK?

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